Cirurgia do joelho
A dor no joelho ao subir e descer escadas ou ao se agachar, acompanhada ou não de crepitação e estalido, pode indicar a existência de alguma lesão e deverá ser investigada por um ortopedista. As lesões no joelho são, na maioria dos casos, causadas por torções, impacto, processos degenerativos ou por hereditariedade. Conheça algumas das lesões mais frequentes nos joelhos:
Lesão da cartilagem (Condromalácia Patelar / Lesões Condrais)
O amolecimento da cartilagem articular da patela, osso da frente do joelho, caracteriza a condromalácia patelar, lesão que compromete o movimento de flexão e extensão do joelho.
A condromalácia patelar, bastante comum em quem pratica esportes, pode ter várias causas. Uma avaliação clínica, estudos de radiografias e o exame de ressonância magnética são importantes para precisar o diagnóstico e determinar a gravidade da lesão.
Como a cartilagem é um tecido nobre e não recuperável, é importante detectar a condromalácia patelar em um estágio inicial para evitar sua evolução. O tratamento varia de acordo com a extensão da lesão e poderá ser iniciado com fisioterapia e medicamentos específicos. O procedimento cirúrgico também deverá ser avaliado de acordo com a gravidade da lesão articular. A artroscopia poderá ser realizada quando ainda for possível preservar a cartilagem articular. Nos casos mais graves, a colocação de uma prótese pode ser recomendada para substituir a articulação.
Lesão meniscal
Os meniscos são estruturas em formato de meia-lua que atuam como um amortecedor, absorvendo o impacto sobre a articulação e se situam entre este osso e o fêmur, funcionando como amortecedores do joelho. Exames e testes físicos, assim como radiografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada são importantes para identificar a gravidade da lesão que, conforme o caso, pode ser tratada de forma mais conservadora (anti-inflamatório, fisioterapia e reforço muscular) ou, nos quadros mais graves, por procedimento cirúrgico, em geral por meio de artroscopia ou por cirurgias abertas de ligamento cruzado.
Lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
Atletas e praticantes de atividades esportivas, principalmente de futebol ou de esportes de contato, estão mais sujeitos à lesão do ligamento cruzado anterior (LCA), provocada, em geral, por torção ou hiperextensão do joelho, associada a movimentos bruscos de rotação da perna (tíbia) e da coxa (fêmur). Além de uma dor bastante intensa, a lesão é acompanhada de um estalo e pode haver edema (inchaço), instabilidade e falseio do joelho. Um exame clínico minucioso, com provas específicas, de ressonância magnética ajuda a identificar a extensão da lesão.
Artrose
A artrose no joelho provoca o desgaste das cartilagens que recobrem as extremidades da tíbia, do fêmur e da patela, por meio de um processo inflamatório e degenerativo. Dor, inchaço, limitação dos movimentos, rangidos e rigidez na articulação após algum período de inatividade são os sintomas mais comuns, que acontecem com a progressão do atrito entre os ossos.
Mais frequente nos pacientes a partir de 60 anos, obesos, e mais comum nas mulheres, a artrose está associada, muitas vezes, ao desgaste da articulação pelo seu uso repetitivo ao longo do tempo. Fatores hereditários, obesidade e lesões articulares prévias também contribuem para o surgimento da doença.
Como a artrose não tem cura, é importante detectá-la em sua fase inicial, para controlar a evolução. O diagnóstico poderá ser feito por exames de imagem (Raio X e ressonância magnética).
O tratamento dependerá do estágio da doença e poderá ser iniciado com medicamentos, fisioterapia, reforço muscular e infiltrações. Nos pacientes com lesões severas da articulação, o procedimento cirúrgico para a colocação de prótese em substituição à cartilagem danificada poderá ser indicado.
Cirurgia do pé
Os pés são responsáveis pelo contato com o meio externo, dando sustentação ao corpo e permitindo a locomoção. Estão, portanto, sujeitos a uma grande sobrecarga no dia-a-dia e expostos ao surgimento de problemas ortopédicos como por exemplo:
Metatarsalgia (dor na parte anterior do pé)
A dor no pé geralmente ocorre na região dos metatarsos, ossos que formam a parte anterior e mediana dos pés. Vários fatores podem originar a dor. Além do joanete link, as outras patologias mais frequentes são:
Fratura por estresse
A fratura por estresse é uma fratura microscópica dos ossos do antepé, que é causada por trauma de repetição e provoca dor. É bastante comum em corredores que realizam exercícios em superfícies rígidas e/ou com calçados esportivos inadequados (duros ou com pouco amortecimento), incapazes de absorver adequadamente o impacto. O estudo radiográfico pode ser insuficiente para diagnosticar esta patologia e, portanto, um exame de ressonância magnética a fim de avaliar a extensão da fratura poderá ser solicitado, caso a dor não ceda após o repouso de duas ou três semanas. A intervenção cirúrgica é um caso de exceção, que acontece apenas nas situações mais severas em que a fratura precisa ser fixada.
Neuroma de Morton
A dor entre os ossos do pé, na parte anterior do antepé, na região do terceiro e quarto metatarsos, é um dos sintomas sugestivos do Neuroma de Morton, que também pode provocar a sensação de queimação, formigamento e dormência. A lesão poderá ser identificada por exames de imagem como Raio X, ecografia e até ressonância magnética. O tratamento poderá variar desde o uso de acessórios no calçado (palmilhas ou amortecedores), cirurgia de descompressão ou de remoção do nervo.
Joanete (halux valgus)
O joanete é a deformidade óssea mais frequente nos pés dos adultos, principalmente nas mulheres. A saliência que se forma na borda medial do primeiro dedo com desvios dos dedos laterais pode causar edema, vermelhidão e dor nos estágios mais avançados. Um desequilíbrio na distribuição do peso dos pés poderá, também, levar a um comprometimento de outras articulações do corpo.
As causas do joanete podem ser multifatoriais e, entre elas, podemos citar as genéticas e mecânicas como, por exemplo, o uso excessivo de calçados com salto alto e bico fino. Porém, doenças reumáticas, entre outras complicações, podem favorecer sua evolução e agravar a deformidade dos dedos.
Após a avaliação clínica, o Raio X poderá ser o primeiro exame a ser realizado para indicar o estágio da deformidade do joanete, informação importante na definição do tratamento mais adequado. O tratamento inicial poderá aliviar os sintomas, mas a correção da deformidade só poderá ser feita por meio de procedimento cirúrgico, que conta com uma grande variedade de técnicas.
Cirurgia do ombro
O ombro é a articulação mais móvel do corpo e suas principais funções (mobilidade e estabilidade) podem ser acometidas por uma série de fatores e limitações. A dor no ombro, aguda ou crônica, é uma queixa muito frequente na consulta ortopédica e deve ser investigada. Geralmente, indica o início de um processo inflamatório.
Exames físicos seguidos de provas clínicas específicas e de exames de imagens (Raio X e ressonância magnética) podem ser fundamentais para um diagnóstico preciso e para a orientação do tratamento adequado, que poderá evitar a evolução de uma inflamação para uma lesão.
A diminuição dos movimentos, principalmente da elevação dos braços, em atividades como nadar, pendurar roupas ou arremessar objetos, também pode ser acompanhada de dor no ombro e sinalizar a existência de algum tipo de lesão, entre as quais:
Bursite
A bursite é caracterizada pela inflamação da bursa, que é uma bolsa sinovial preenchida com líquido, localizada entre os tendões do manguito rotador e o osso acrômio, com a função de amortecer e auxiliar o deslizamento dos tecidos.
Tendinite
O tendão é uma estrutura fibrosa dos prolongamentos musculares que une o músculo ao osso. A tendinite é um processo inflamatório caracterizado pelo espessamento do tendão, com dor aguda ou crônica e aumento de volume.
O tratamento da bursite ou da tendinite pode variar conforme o estágio da inflamação ou lesão. Em uma etapa inicial, compressas de gelo, anti-inflamatórios e fisioterapia podem ser recomendados. Nos casos mais avançados, poderá ser necessária a intervenção cirúrgica, em geral, por meio da artroscopia, que é um procedimento minimamente invasivo e plenamente realizado nos dias de hoje.
Lesão do manguito rotador
O manguito rotador é composto por quatro músculos (supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular). Sua principal função é a estabilização, permitindo assim, uma ampla mobilização do ombro (elevação, rotação interna e externa).
Atritos constantes entre os tendões que fazem parte deste grupo muscular com o osso acrômio caracterizam a síndrome do impacto. Este atrito repetido poderá provocar a lesão do manguito rotador, com o comprometimento, em geral, do tendão do músculo supraespinhal. A síndrome do impacto também é uma das principais causas da tendinite da cabeça longa do bíceps e da inflamação da bursa subacromial (bursite).
As causas da síndrome do impacto variam bastante e podem ser divididas em dois grandes grupos:
Causas intrínsecas: Desgaste natural do tendão, causado pelo envelhecimento, principalmente a partir dos 50 anos, além de doenças sistêmicas como artrite reumatoide ou outras artrites.
Causas extrínsecas: Deformidade do osso acrômio (acrômio curvo ou ganchoso) e a consequente compressão do manguito, assim como movimentos repetitivos do dia-a-dia, elevação de objetos de peso, quedas e traumas.
Cirurgia da mão e do cotovelo
Dor, formigamento, dormência nas mãos com dificuldade para segurar e manipular pequenos objetos, restrições ao fazer movimentos de pinça (segurar objetos com primeiro e segundo dedos) ou flexionar o braço são, em geral, sintomas de patologias frequentes nas mãos ou nos cotovelos como por exemplo:
Síndrome do túnel do carpo
A compressão do nervo mediano, que passa pelo túnel do carpo, provoca dor e dormência na parte da palma da mão que fica próxima ao punho, principalmente à noite. Em estágios mais avançados, a síndrome do túnel do carpo pode levar à atrofia muscular palmar da mão. Na maioria dos pacientes, esta patologia atinge mulheres acima de 35-40 anos, motivo pelo qual parece estar relacionada a alterações hormonais, entre outros fatores. O diagnóstico poderá ser feito por testes clínicos específicos, radiografia e eletromiografia.
O tratamento mais adequado dependerá do estágio de cada paciente. Em um estágio inicial, a imobilização do pulso e anti-inflamatórios prescritos pelo ortopedista especialista da mão poderão ser suficientes. Nos casos mais avançados, poderá ser indicado um procedimento cirúrgico, que é bastante rápido (em torno de 10 minutos), com anestesia local e recuperação em um curto espaço de tempo, com a indicação de mobilização dos dedos no dia seguinte ao da cirurgia.
Tendinite
A tendinite do punho e a tendinite do cotovelo são ocorrências cada vez mais comuns em função dos movimentos repetitivos relacionados ao uso excessivo do computador, agravados também por uma má postura. A dor aos esforços e a limitação funcional são os principais sintomas da tendinite, que é um processo de inflamação dos tendões. Além da avaliação ortopédica e testes físicos, o diagnóstico poderá incluir exames de imagem. O tratamento nos primeiros estágios da lesão do tendão é iniciado com anti-inflamatórios e imobilização, podendo haver a necessidade de infiltração ou intervenção cirúrgica nos casos mais graves.
Dedo em gatilho
O dedo em gatilho causa dor e bloqueio da extensão dos dedos, com a ocorrência de um estalido ao esticá-los. É causado por um processo inflamatório dos tendões flexores, provocado, em geral, pela realização de movimentos repetitivos. Fatores hereditários, diabetes e problemas reumáticos também podem contribuir para o surgimento desta inflamação, que é mais frequente em pessoas acima de 35-40 anos.
O diagnóstico poderá ser confirmado por meio de exames de imagem (Raio X e ressonância magnética), e o tratamento varia conforme o caso. O tratamento inicial prevê fisioterapia, repouso da mão e uso de anti-inflamatórios, entre outras medidas. Nos quadros mais graves, a infiltração ou mesmo a cirurgia poderão ser recomendadas.
Técnicas modernas permitem um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, rápido (em torno de 10 minutos), com anestesia local e recuperação com mobilização precoce num curto intervalo de tempo.
Epicondilite lateral (cotovelo de tenista)
A epicondilite lateral, conhecida também como “cotovelo de tenista”, é uma inflamação dos tendões do cotovelo, causada, em geral, pela repetição de movimentos, com uma grande incidência nos praticantes de tênis, digitadores e trabalhadores que realizam movimentos torcionais. Os sintomas são, em geral, dor no cotovelo, limitação do movimento, redução da força, inchaço e sensibilidade, assim como dificuldade de cumprimentar as pessoas com um aperto de mão. Além do exame físico, o diagnóstico poderá incluir uma radiografia. O tratamento nos estágios iniciais começa com repouso, gelo, fisioterapia e anti-inflamatórios. A infiltração e a cirurgia podem ser recomendadas nos casos mais avançados, sem resposta aos tratamentos iniciais. As epicondilites têm um tratamento lento e longo com várias recidivas, sendo muito importante que o paciente saiba que o prazo para uma melhora significativa poderá variar de 3 a 6 meses.
Tratamento das fraturas do membro superior
As fraturas do membro superior são bastante frequentes, principalmente a fratura do punho, já que, em geral, os punhos são o principal ponto de apoio durante as quedas ao solo. O tratamento destas fraturas ocorre após a etapa seguinte ao atendimento de urgência, que, geralmente, é realizado em um pronto-socorro. O tratamento tem como objetivo restaurar a função do membro comprometido e poderá ser iniciado com o reposicionamento do osso e a imobilização por tala gessada. Nas fraturas mais graves, quando não for possível esta redução, a cirurgia poderá ser indicada, conforme o grau de complexidade de cada caso.
Cirurgia do quadril
Dor no quadril e limitação da mobilidade são alguns dos principais sintomas das patologias que afetam as estruturas desta região do corpo. Conheça as ocorrências mais frequentes:
Bursite
Dor na lateral do quadril, dor na coxa e dificuldade de se deitar sobre o lado afetado são os principais sintomas da bursite no quadril ou bursite trocantérica, inflamação que é provocada, em geral, por esforço de repetição, pela prática de atividade física em superfícies inadequadas ou sem o calçado apropriado. O cruzar das pernas por muito tempo ou sentar-se em bancos muito baixos também são fatores predisponentes da dor.
Exames físicos podem ser complementados por exames de imagem para a definição do tratamento mais adequado. Os casos mais simples podem ser tratados com medicamentos e fisioterapia e, em casos selecionados, a terapia por ondas de choque poderá obter bons resultados. Os quadros mais graves podem requerer infiltrações, cirurgia reparadora por via artroscópica ou ainda, nos casos mais difíceis ou nas recidivas, a remoção da bursa trocantérica.
Tendinite
A tendinite no quadril, provocada, em geral, por esforço repetitivo, causa dor e dificuldade no movimento de abdução, ou seja, de elevação lateral da perna. O diagnóstico é feito por exames físicos e de imagem e o tratamento, nos estágios iniciais, poderá ser iniciado com repouso, compressa de gelo, medicamentos e fisioterapia. No caso de uma lesão mais grave, pode haver a necessidade de intervenção cirúrgica, em geral, por meio de artroscopia.
Síndrome do impacto fêmoro-acetabular
A síndrome do impacto fêmoro-acetabular, frequente em atletas e esportistas, causa o desgaste da articulação do quadril, quando não há o devido tratamento. Dor, desconforto e estalido na articulação do quadril, assim como dificuldades na abertura e/ou cruzamento das pernas podem indicar a existência de um atrito entre o fêmur e o acetábulo, anomalia que, conforme o caso, pode ser amenizada por meio de artroscopia.
Artrose
A coxartrose ou artrose do quadril é provocada por um desgaste na articulação do fêmur (osso da coxa) e o acetábulo (cavidade do osso da bacia). A hereditariedade é um dos fatores que mais contribuem para a ocorrência desta patologia, que também é causada por alterações anatômicas do quadril não tratadas adequadamente na infância (Displasia do Desenvolvimento do Quadril/Síndrome de Legg-Calvé-Perthes, Luxação Congênita do Quadril) ou na adolescência (Epifisiólise, que se caracteriza pelo escorregamento da epífise femoral).
O desgaste natural das articulações provocado pelo envelhecimento também está associado ao surgimento da coxartrose, que pode ser acelerado por fatores como obesidade e sequelas de fraturas articulares. Reforço muscular por meio de exercícios adequados, controle do peso, assim como uma alimentação balanceada e rica em vitamina E podem, por outro lado, ajudar a prevenir o desgaste e a consequente artrose do quadril.
O tratamento da coxartrose varia conforme a severidade de cada caso e pode, inicialmente, incluir o uso de medicamentos para retardar o desgaste da cartilagem, fisioterapia e reforço muscular. O tratamento cirúrgico para a implantação de uma prótese será reservado aos pacientes com quadro de muita dor e limitação da mobilização do quadril. Exames físicos e de imagem são importantes para demonstrar o grau de comprometimento da articulação.
Medicina do esporte
A medicina do esporte atua na prevenção, tratamento e reabilitação de atletas, desportistas e praticantes de atividade física em geral. Estende-se também a pessoas sedentárias com interesse em iniciar um programa de exercícios ou que tenham sofrido uma lesão em decorrência da prática esportiva.
Prevenção
O objetivo da prevenção é estabelecer o perfil do paciente com base em sua idade, histórico familiar, características de biótipo, preexistência de alguma doença de base, além do tipo de prática esportiva a adotar ou já adotada. Normalmente, é realizada uma avaliação cardiológica e ortopédica, com exames complementares para que o paciente possa realizar as atividades físicas em boas condições. Estas informações são avaliadas em conjunto, para definir a atividade física mais apropriada e os cuidados necessários que devem ser observados na prática esportiva. A escolha do material esportivo adequado para cada modalidade também é fundamental para um melhor desempenho e para a redução do risco de lesões.
Tratamento
O tratamento, na medicina esportiva, é orientado àqueles pacientes que sofreram alguma lesão durante a prática de exercícios como, por exemplo, lesões no joelho, ombro ou entorses de tornozelo, entre as mais frequentes. Também podem ser atendidos pacientes que foram socorridos inicialmente em uma emergência e que desejam ter o acompanhamento de um especialista. Conforme a particularidade de cada caso, o tratamento pode ser iniciado com medicação, fisioterapia e reeducação no retorno às atividades desportivas. Nos casos mais graves, poderá ser necessário o tratamento cirúrgico.
Reabilitação
A atividade de reabilitação procura fazer a transição de um quadro de lesão para o retorno ao esporte competitivo. É uma etapa extremamente importante para evitar ou minimizar os riscos de reincidência de uma lesão.
Urologia e Andrologia
A Urologia é a especialidade médica que trata do aparelho urinário de homens e mulheres. Cuida dos rins, ureteres, bexiga e uretra. A Andrologia, por sua vez, dedica-se somente aos órgãos do aparelho genital masculino: pênis, próstata, vesículas seminais, ductos deferentes, epidídimos e testículos. O médico urologista atua nestas áreas, em que as patologias mais frequentes são:
Cálculos urinários (pedra nos rins)
A maioria dos cálculos urinários se forma nos rins e, ao descerem pelas vias urinárias (vide desenhos anexos), provocam as “famosas” cólicas renais. Atualmente, uma completa investigação com o urologista poderia evitar este quadro. Porém, na maior parte dos casos, o paciente somente procura o médico nas situações de emergência, ao sentir dor intensa. Neste momento, é então atendido, investigado, tratado e por fim, encaminhado ao especialista.
Para tratar a dor provocada pela cólica renal é preciso, normalmente, usar medicação endovenosa. Os exames de eleição para estes casos são os de sangue, urina, Raio X e tomografia computadorizada.
Hoje, há uma moderna rede de tratamento para o cálculo renal, também conhecido como pedra nos rins. Na maioria das vezes, as cirurgias são endoscópicas (sem corte) e pela via uretral (cirurgias endourológicas).
Os cálculos renais são tratados, com frequência, com laser e aparelhos muitos finos e flexíveis, que podem ser manejados dentro das vias urinárias. O acesso às vias urinárias é feito pela uretra ou pelos rins (via percutânea). Ondas externas eletromagnéticas também são utilizadas no tratamento.
Câncer urológico
O câncer urológico é considerado um dos tipos de câncer mais frequentes, principalmente o câncer de rim, o câncer de bexiga e, nos homens, o câncer de próstata e o câncer de testículo.
O câncer de próstata ainda é responsável por um grande número de mortes e, para detectá-lo precocemente, há o exame de toque retal, realizado no consultório médico com o urologista, além do exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico).
A realização destes exames é recomendada a partir dos 50 anos, uma vez que este tumor maligno normalmente não apresenta sintomas no seu estágio inicial, por crescer na zona periférica (por fora) da próstata.
O tratamento mais efetivo para o câncer de próstata ainda é, na maioria dos casos, a cirurgia, que pode ser aberta, videolaparoscópica ou até robótica. Outras possibilidades são a radioterapia externa ou interna (braquiterapia), medicamentos e, em casos selecionados, a observação.
Hiperplasia benigna da próstata
A hiperplasia benigna da próstata é umas das patologias mais comuns nos homens. Nada mais é do que o crescimento benigno da próstata, que ocorre com maior frequência na terceira idade. Provoca a obstrução do trato urinário inferior (dificuldade em urinar), seguida ou não de vontade iminente de micção, jato urinário fraco, desejo miccional após a micção e necessidade de urinar repetidamente, sintomas que, normalmente, fazem o paciente acordar muitas vezes durante a noite.
O diagnóstico de hiperplasia benigna da próstata é feito por meio do toque retal com o médico urologista, exames de sangue e urina, além de ecografia para evidenciar o tamanho exato da próstata.
O tratamento desta doença pode ser realizado com medicação ou cirurgia. Os procedimentos cirúrgicos mais comumente utilizados são: a vaporização da próstata (Plasma Button), o laser, a tradicional ressecção endoscópica da próstata com eletrocautério, assim como a cirurgia aberta ou videolaparoscópica.
Doenças sexualmente transmissíveis (DST)
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são aquelas que, frequentemente, são propagadas nas relações sexuais como, por exemplo, o HPV (vírus papiloma humano), clamídia, herpes genital, fungos, entre muitas outras. As doenças venéreas, por sua vez, são doenças que, obrigatoriamente, são transmitidas no contato sexual, como a sífilis, a blenorragia (gonorreia), o cancro mole e o linfogranuloma venéreo.
Disfunção erétil (DE) e disfunções sexuais
A disfunção erétil (DE) e as disfunções sexuais são alguns dos problemas urológicos que mais afetam os homens em qualquer parte do mundo. São questões que merecem atenção e devem ser tratadas adequadamente, uma vez que até a mesmo a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a atividade sexual como um dos parâmetros para avaliar a qualidade de vida.
A disfunção erétil (DE) nada mais é do que a incapacidade de atingir a ereção plena e satisfatória para a realização do intercurso sexual. Nos homens jovens (com idade inferior a 50 anos), a ereção é, em geral, comprometida por problemas de ordem psicológica (ansiedade, depressão e baixa estima, entre outros fatores). Após os 50 anos, predominam as causas orgânicas, entre as quais a utilização de medicamentos anti-hipertensivos, o surgimento do Diabetes Mellitus, a realização de cirurgias pélvicas (como a de câncer de próstata), a submissão a tratamentos de radioterapia ou quimioterapia, o uso de medicamentos neurológicos e a incidência de problemas hormonais, apenas para citar alguns exemplos. O diagnóstico e o tratamento dependerão da investigação com o urologista, para definição da real causa do problema.
Outro problema sexual que afeta muitos homens, especialmente os mais jovens, é a ejaculação precoce, definida como a ejaculação masculina antes da parceira ter atingido o orgasmo. Não há uma definição de tempo mínimo para o ápice do ato sexual, situação que depende de cada casal. A ejaculação precoce tem tratamento específico, com muito bons resultados.
Alterações sexuais menos frequentes como a ejaculação retardada, a doença de Peyronie com tortuosidade peniana e a diminuição da libido, entre outras disfunções também são tratadas pelo médico urologista.
Infertilidade
A maioria dos casais deseja ter filhos, mas para que a gravidez ocorra, é preciso uma boa fertilidade de ambos. Nas mulheres, a fertilidade é tratada pelo ginecologista e, nos homens, pelo urologista.
As chances de um casal normal engravidar são de 16,5% em um mês, portanto, em seis meses de tentativa, 99% dos casais devem conseguir dar início à gestação. As causas de uma possível infertilidade devem ser investigadas após este período e, nos homens, os problemas de reprodução podem estar associados à varicocele, criptorquidia, infecções, além de questões hormonais e genéticas.
Inicialmente, a investigação é simples e a realização de um espermograma indica se o homem apresenta algum problema de fertilidade. Uma avaliação mais completa é recomendada caso o espermograma sinalize alguma anomalia ou, mesmo com resultado normal, persista a dificuldade em engravidar. O tratamento para a infertilidade dependerá, portanto, de uma análise aprofundada do urologista e do seu correto diagnóstico sobre a causa do problema.
Ginecologia
A Ginecologia tem um forte papel na prevenção da saúde da mulher e no planejamento familiar. Visitas regulares ao ginecologista e a realização de exames periódicos são fundamentais para o diagnóstico precoce das patologias que afetam as mamas e o aparelho reprodutor feminino. A identificação de eventuais anomalias em um estágio ainda inicial de desenvolvimento amplia as chances de cura e contribui para a redução da mortalidade na população feminina.
Câncer de mama
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum entre as brasileiras, conforme dados do Ministério da Saúde. O autoexame é o primeiro passo para auxiliar no diagnóstico. Deve ser realizado mensalmente pela própria mulher que, com a correta orientação do ginecologista, aprende a apalpar as mamas para detectar:
- Nódulos ou endurecimento da mama;
- Mudanças no formato ou no tamanho da mama;
- Alteração de cor ou sensibilidade na pele ou aréola do seio;
- Saída de secreção contínua por um dos ductos;
- Retração da pele do seio ou do mamilo;
- Existência de edemas.
A mamografia também deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos. O exame rastreia o câncer de mama ao identificar lesões suspeitas e impalpáveis.
Câncer de colo de útero
O câncer de colo uterino, relacionado, entre outros fatores, com o início precoce da atividade sexual e/ou com comportamentos de risco na vida sexual (múltiplos parceiros e promiscuidade, por exemplo) pode ser prevenido por meio da coleta do citopatológico. Este exame, desenvolvido por Papanicolaou, consiste na simples coleta de material do colo uterino. Quando o exame citopatológico é associado à colposcopia (exame realizado através de um aparelho chamado colposcópio, que permite a visualização aumentada do colo do útero sob a impregnação de alguns reagentes, para salientar lesões não visíveis acolho nu), há o diagnóstico precoce das lesões iniciais que precedem o câncer de colo de útero e, portanto, maior chance de sucesso no tratamento.
Planejamento familiar
Além da prevenção do câncer de mama e do câncer do colo do útero, a Ginecologia também é importante no planejamento familiar. A consulta com o ginecologista é fundamental para a definição, em conjunto, do método contraceptivo mais adequado para cada paciente: pílulas, injetáveis, DIU, implantes ou anel vaginal, entre outras possibilidades.
Exame de eletroneuromiografia
O exame de eletroneuromiografia avalia músculos e nervos do corpo humano. Útil no caso de atrofia dos músculos, paralisia dos nervos, zonas de dormências ou fraqueza de causa desconhecida, o exame é feito com o auxílio de instrumentos e aparelhos que têm a capacidade de captar e ampliar sinais elétricos do corpo.
Pacientes com queixas de dor, formigamento ou dificuldade nos movimentos são, em geral, encaminhados para o exame, que é realizado com pequenos discos de metal fixados à pele com esparadrapo. As medições são normalmente efetuadas com o auxílio de um computador e as respostas são obtidas por meio de um pequeno estimulador de pele que descarrega pequenos choques. Há, em algumas situações, a necessidade do registro de respostas que podem ser obtidas somente com a colocação de uma fina agulha sob a pele, na direção do músculo.
O procedimento dura cerca de 40 minutos, em média, com 30 minutos adicionais para a interpretação dos dados e a confecção do relatório. O resultado do exame deve ser encaminhado pelo paciente ao médico que o solicitou.